sábado, 31 de outubro de 2009

Caixa de Pandora

Posso tocar e sentir meu corpo.

Meus olhos multivision, bem na frente do meu rosto,
Enxergam paisagens e tudo mais que conseguem ver.

Meu coração,
mais forte, mais fraco,
Às vezes sinto pulsar no peito,
na garganta, sob a pele.

Minha cabeça,
no topo de tudo,
pensa alcançar o distante.

Mas afinal,
onde se esconde a minha alma?
Guardiã de todos os meus males e bens.
Ponto inatingível.
Ponto de encontro.
Amor e dor.

Estará no piscar dos olhos
Esse ínfimo fragmento de tempo
Entre o nada ver e o tudo enxergar?

Estará no ponto central do pendular do coração
Só tocado de raspão?

Ou será uma linha imaginária raiada
Que me rasga de alto a baixo e em todos os sentidos?

Que sentidos?
Que sentido tem minh'alma?
Que sentido tem minha vida?

Talvez seja minha alma a própria dúvida.
Deus, pai e mãe.
E eu a dúvida entre ser
um e outro
Ou não ser
nem um, nem outro.

Deus, bem e mal.
E eu o julgamento,
A escolha entre um e outro
Ou nem um nem outro.

A incerteza do meio do caminho.
Sufocada entre dois
Ou abandonada por ambos.

Estará no infinito e indescritível
Momento da troca de olhar com a pessoa amada?
Quando tudo se acha e tudo se perde.
Quando tudo se sabe e tudo se desconhece.
Quando se deixam envolver num turbilhão
todos os meus sentidos?

Estará minh'alma no sexo?
Não o aparelho, nem um qualquer ato.
Mas o encontro de fato.
O momento exato onde 1+1 é igual ao todo.

Ou estará minh’alma fora de meu corpo.
Em algum lugar etéreo
entre eu e o outro
Um sopro que posso vislumbrar mas não consigo tocar.
Eu, meia alma, alma penada, buscando minh’alma gêmea.
E isso haverá?

Quem compartilha meus sentimentos, meus desejos,
Todos os sentidos deste meu perdido ser?

Oh! Alma ímpar, alma sem par.
O que é e onde estará?

Que viva alma será capaz de encontrar, decifrar
E abrir, de par em par, a minha alma?

Alma única, última esperança.
Caixa de pandora.

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