Os olhos do observador alteram o objeto observado.
Não precisamente os olhos mas o olhar.
Onde se escondem os desejos, as intenções.
Humanos, mal abrimos os olhos, já queremos mudar tudo.
Tudo a nossa volta.
Presente do Pai/Mãe que nunca nos satisfaz.
Mas mudar em nós alguma coisa, nem pensar.
Mais fácil mudar o outro.
Mais fácil mudar o mundo.
Mas não há culpa, não há como.
Como mudar o que não podemos observar?
Como o observador pode se observar sem cindir-se em sujeito e objeto?
Apaixonados, somos ondas que envolve e permeia tudo.
Decepcionados, somos coração transformado em partículas.
Quando gostamos, aceitamos, fechamos os olhos e tudo flui livre e continuamente.
Quando deixamos de gostar, arregalamos os olhos e soltamos fótons até que deixe de ser matéria o que não nos interessa mais.
Mas aí vem a incerteza: e a memória, como aniquiliar?
Memória, registro, elétron traiçoeiro, imprevisível e sem medida
cisma em aparecer aqui, ali.
Quando já nem nos interessa observar.
Não há mesmo como escapar.
Tudo que está fora, está dentro.
Qualquer que seja o lugar
É sempre dentro de nós.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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