sábado, 31 de outubro de 2009

Silêncio

Sem pensamento
Sem vontade
Sem fazer
Sem querer
Sem sonhar

Cérebro vazio
Alma solta,
Só vou fazer o que minha alma quiser
Só vou ser o que minha alma mandar.

Ouço a música que toca no rádio
Ouço a chuva fina e fria que cai lá fora.
Fim de inverno.

Longo inverno é a solidão.
Estou entre dois tempos
Entretempos

Aí vem a primavera.
Minha primavera 2
Será a dois?
Será que vai brotar a flor do amor?

Não sei o que quero
Não sei pra que quero.
Não quero a tristeza
Não quero o vazio
Não quero a solidão

Talvez o sorriso
Talvez a alegria
Talvez um novo prazer de ser.

Mas por hoje sei o que quero:
ficar em silêncio
Quieta
Deixar passar a fome
Sem vontade de comer.
Deixar as coisas acontecerem
Por si mesmas, na conspiração do universo
Quem quiser que me ligue
Quem quiser que me procure
Quem me quiser que me encontre

Ainda não é tempo
Ainda não chegou meu tempo
Espero pra ver
Espero pra ser

Estou dando um tempo
Passando a limpo meus poemas
E a minha vida.
Tantos anos vividos e ainda não sei quem sou
nem pra que estou

Mas há de acontecer
Há de haver um bom motivo
Para eu estar aqui.

Estou só
Ou sou só?
Não tenho compromisso
Não tenho vínculo
Tanto faz partir ou ficar

Há muito não tinha pai
Agora também não tenho mãe
Quem vou seguir agora?
A quem vou servir agora?

Por onde vou?
Pra onde vou?
Com quem vou?
Triste é o caminho sobre a terra.

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