sábado, 31 de outubro de 2009

Um conto. Um ponto.

Minha vida seria um conto,
Se não fosse só um ponto do universo
No contínuo espaço-tempo
Às vezes um ponto de luz
Quase sempre um ponto obscuro.

Caminho interrompido
Pontos de intersecção
Ponto de encontro sem ponto de fusão.

O mundo todo .com
E eu, ponto sem nó.
Nó na garganta
Ponto fraco
Ponto crucial
A ponto de entregar os pontos
Ponto de fuga.

Meu ponto de vista se perde na ilusão
Ponto de interrogação
A vida não é um ponto de permanência
Só uma viagem ganha em pontos de milhagem
Ponto de transição.

Meu sonho não tem ponto cardeal
Dormi no ponto
Passei do ponto
Perdi o ponto de referência,
O ponto de contato
Um ponto de apoio
Para ligar os pontos.
Cair na real é o tombo que dói mais.

Do ponto de ebulição ao ponto de bala
Antevejo o ponto de ruptura
Ponto de mira
Auto-destruição

Ponto por ponto
Do ponto de partida ao ponto final
Busco um ponto de equilíbrio
Encontro um ponto de dor

O ponto final é sempre um ponto indivisível
Ponto morto
Solidão

2 comentários:

  1. Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
    Aquele que agradece que haja música na terra.
    Aquele que descobre com prazer uma etimologia.
    Dois empregados que num café do Sul jogam um xadrez silencioso.
    O tipógrafo que compõe tão bem esta página que talvez não lhe agrade.
    Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
    Aquele que agradece a presença na terra de Stevenson.
    Aquele que prefere que sejam os outros a ter razão.
    Essas pessoas, que se ignoram, vão salvando o mundo.

    Jorge Luís Borges

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  2. Obrigada por escrever! É lindo, lindo demais! Obrigada!
    Paola.

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